Além da artes da pintura, da escultura, da massagem e da masturbação o Homem inventou a escrita: um conjunto de códigos que transcrevem conjuntos fonéticos, que permitem transmitir todo o tipo de histórias, contos, estórias, fábulas, moralismos, regras, instruções, leis, desejos, prescrições, anedotas, noticias, anúncios e até blogs. A escrita é a maior das maiores artes que a humanidade tem produzido desde os seus primórdios, pois não se circunscreve à genialidade de um individuo, mas é o fruto do esforço continuo da humanidade para transcrever a realidade que a rodeia.
Desde que o suporte das ideias era a pedra e o calhau, que um porco era representado por um porco, uma vaca por uma vaca independentemente das pronuncias e dos grunhidos passando pelas gramáticas retóricas elaboradas gregas e francesas, a sofisticação tem sido constante, e as formas de representação escrita ganham liberdades enquanto rompem fronteiras culturais e físicas.
Mas, volta e meia, a necessidade de deixar um testamento gravado no mundo leva alguns indivíduos a recorrer à rudimentar escrita no betão citadino para tentarem desafiar o tempo, qual neorupestres educados.
São monumentos giros, tributos à amizade, à intemporalidade do amor fraterno... MAS ESTÃO TÃO MAL ESCRITOS!!! FDX!!! QUEM É A ALMINHA QUE SE ENGANA A ESCREVER BUÉ??? Hum... se calhar é a Jessica, essa labrega que desconhecendo aquela invenção antiga chamada CARTA, ou a nova chamada EMAIL, decidiu deixar uma mensagem que envergonha qualquer português numa lage escondida atrás de uma passadeira de Chelas. Sim, porque ali a sua amiga de França, que pelos vistos nunca mais vai ver, poderá ler aqueles pensamentos belíssimos e banais!!!
Oh Jessica, não queres aproveitar e espetar dois selos nessas lages e envia-las para a França?